Employing Local Ecological Knowledge to reveal interactions between artisanal fishers and Guiana Dolphins (Sotalia guianensis) along the Maranhão coast, northern Brazil

Carlos Henrique Marinho dos Santos Filgueira; Marcelo Derzi Vidal; Rachel Ann Hauser-Davis; Salvatore Siciliano

doi:10.15451/ec2025-06-14.19-1-16

Autores

Carlos Henrique Marinho dos Santos Filgueira Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego, 2000, Parque Califórnia, Campos dos Goytacazes, RJ, 28013-602, Brasil
Marcelo Derzi Vidal Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversidade Associada a Povos e Comunidades Tradicionais, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rua das Hortas, 223, Centro, São Luís, MA, 65020-270, Brazil
Rachel Ann Hauser-Davis Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, Brazil
Salvatore Siciliano Departamento de Ciências Biológicas, Escola Nacional de Saúde Pública/ Fiocruz, Rua Leopoldo Bulhões, 1.480, Manguinhos, Rio de Janeiro, RJ, 21041-210, Brazil

DOI:

https://doi.org/10.15451/ec2025-06-14.19-1-16

Palavras-chave:

Ethnoecology, Artisanal fishing, Cetacean, Conservation

Resumo

O boto-cinza (Sotalia guianensis) é um cetáceo de águas tropicais costeiras do Atlântico Ocidental, presente desde Honduras até o Norte de Santa Catarina, no Brasil. Sua distribuição restrita e interação com atividades humanas, como pesca artesanal e poluição, o tornam vulnerável, sendo classificado como quase ameaçado pela IUCN e vulnerável pelo ICMBio. O Conhecimento Ecológico Local (CEL) é essencial para compreender a interação entre as comunidades pesqueiras e a espécie. Objetivou-se identificar as interações entre pescadores artesanais e botos-cinza no litoral maranhense, visando fornecer informações relevantes sobre S. guianensis, essenciais para apoiar ações de conservação da espécie. Foram aplicados 88 questionários semiestruturados a pescadores da Reserva Extrativista Baía do Tubarão e da Baía de São Marcos. O Índice de Saliência de Smith revelou que as etnoespécies mais valorizadas são tainha, pescada e corvina. Embora haja sobreposição entre as etnoespécies e a dieta do boto-cinza, não foram registrados conflitos diretos. Alguns pescadores percebem a presença dos botos de forma positiva, associando-a à ajuda na localização de peixes, enquanto outros veem a interação de forma negativa, considerando que os botos se alimentam dos peixes presos nas redes. A maioria dos pescadores (56,8%) não se incomoda com a presença dos botos durante a pesca, e 82,95% afirmaram que eles não interferem. Apesar de 45,4% dos pescadores acreditarem que os botos podem se enredar nos apetrechos de pesca, não houve registros de captura intencional. Ressalta-se a importância de estratégias de conservação e educação ambiental para assegurar a convivência harmoniosa entre pescadores e o boto-cinza.

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